sábado, 14 de agosto de 2010

Por que o Yahoo! perdeu para o Google



No fim dos anos 90, o Yahoo! tinha a faca e o queijo na mão. Apesar de ser um dos buscadores mais utilizados do planeta, viu o Google surgir e superá-lo. O que houve?


O assunto é tema de um texto publicado nesta semana por Paul Graham, programador que criou a Viaweb, empresa responsável pela primeira aplicação web da história – um comparativo automático de preços. Ele contou o que ocorreu desde que sua companhia foi adquirida pelo então gigante das buscas, em 1998. “Os problemas que atingem o Yahoo! começaram há muito tempo, praticamente no início da empresa”, escreveu.

No seu primeiro encontro com Jerry Yang, por exemplo, Graham queria discutir uma nova tecnologia, a Revenue Loop (isso foi antes mesmo de a compra acontecer). “Era como o algoritmo que o Google usa hoje para ordenar anúncios”, disse. Yang, porém, não deu a menor bola. “Só descobri a resposta depois, quando fui trabalhar lá. A razão pela qual o Yahoo! não se importava com uma técnica que extraía todo o valor monetário do tráfego é que os anunciantes já pagavam muito mais do que isso.” Rios de dinheiro entravam na empresa.

Agora vem a parte engraçada: “Me lembro de dizer a David Filo, entre o fim de 1998 e início de 1999, que o Yahoo! deveria comprar o Google, porque eu e a maioria dos outros programadores da companhia o usávamos em vez do Yahoo!. Ele me respondeu que não era algo com que deveríamos nos preocupar. As buscas representavam 6% do nosso tráfego, e estávamos crescendo 10% por mês. Não precisávamos fazer melhor.” Graham não joga a culpa nos seus superiores. Ele mesmo admite que, na época, não sabia o quanto o tráfego de buscas era valioso.

Outro grande problema foi a cultura da empresa, que não se via como uma companhia de tecnologia. O pessoal costumava dizer que era uma empresa de mídia – em parte, até como uma maneira de não invadir o pedaço da Microsoft e ter de competir contra Redmond, segundo Graham. Sem saber para que lado ir, o Yahoo! optou por não levar a programação muito a sério. E, sem inovar, deu no que deu. Bing! A íntegra do artigo “What happened to Yahoo” está disponível no site de Graham.

info.abril.com.br

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