domingo, 14 de julho de 2013

Brasil quer nacionalizar servidores e preocupa empresas de internet

Novo projeto pode obrigar empresas brasileiras a armazenar dados no país, afetando a atuação das empresas de tecnologia.

Por Wikerson Landim em 13 de Julho de 2013
Brasil quer nacionalizar servidores e preocupa empresas de internet 
(Fonte da imagem: Reprodução/UJS)
Uma proposta de alteração no texto do Marco Civil da Internet pode mudar completamente a atuação das empresas de tecnologia no Brasil. Preocupado com as consequências do Prism, o governo brasileiro deve propor a nacionalização do armazenamento de dados – o que deve gerar uma série de transtornos e problemas para empresas e consumidores.
Segundo a ministra das Relações Institucionais no Brasil, Ideli Salvatti, os dados que circulam por aqui não devem ser armazenados em outros países, “sem controle da nação brasileira”. Para se ter uma ideia do impacto de uma medida como essa, sites como o Google e o Facebook, que têm os seus bancos de dados fora do país, poderiam ser forçados a se retirar do mercado brasileiro.
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, sugere replicar os servidores no Brasil. “Estabelecer uma política e dar um prazo para que os grandes datacenters sejam replicados aqui dá condições de exigir o cumprimento da legislação que protege a privacidade dos cidadãos”, completa.

Tecnicamente difícil

É difícil mensurar o impacto que uma medida como essa pode ter na vida do consumidor brasileiro. Os dados das pessoas que residem em um país não estão, necessariamente, armazenados no mesmo país. Assim, mesmo aqueles cidadãos que moram nos EUA podem ter seus dados armazenados em servidores espalhados pelo mundo.
Os principais portais brasileiros – e mesmo sites menores – muitas vezes optam por contratar servidores cuja base está localizada fora do país. Nos Estados Unidos, por exemplo, o custo de armazenamento é muito mais baixo do que aqui, uma vez que há uma oferta muito maior de serviços do gênero.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Brasil sabia de espionagem dos EUA desde 2001

Relatórios e depoimentos antigos revelam conhecimento de operações desde o governo FHC.

Por Felipe Demartini em 11 de Julho de 2013
 
Brasil sabia de espionagem dos EUA desde 2001 (Fonte da imagem: iStock)

Informações publicadas hoje pelo jornal Folha de S.Paulo dão conta que o governo brasileiro já conhecia desde 2001 as iniciativas dos EUA de espionar comunicações por meio da internet. Em 2001, o ministro Alberto Cardoso, do Gabinete de Segurança Institucional, falou sobre o chamado projeto Echelon, criado para interceptar emails e ligações telefônicas.

Já em 2008, o engenheiro da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Otávio Carlos Cunha da Silva, voltou a falar sobre o assunto, afirmando que existem também outros projetos semelhantes em alguns governos da Europa. Ele era responsável pelo Cepesc, um centro de pesquisa em segurança da informação que fazia parte do órgão governamental.

Relatórios formulados na Europa confirmam a existência do Echelon e o definem como uma grande rede de computadores, que monitora dados transferidos por satélites, torres e cabos. O sistema estaria em operação desde os anos 70, com sua concepção datando do final da Segunda Guerra Mundial.

Nada de email

Em depoimento diante da Comissão de Relações Exteriores do Senado, o ministro Paulo Bernardo afirmou que o sistema de comunicação brasileiro é extremamente frágil e chegou a falar que emails “secretos” seriam enviados automaticamente para os Estados Unidos. Afirmação semelhante foi feita pelo ministro da Defesa, Celso Amorim, que afirmou não usar o correio eletrônico para mensagens importantes.

Bernardo afirmou estar preocupado com a possibilidade de empresas nacionais terem passado informações sigilosas aos EUA, mas acredita que se esse fosse o caso, tais denúncias teriam sido feitas antes. O foco principal de atenção é a Petrobrás, que lida com informações estratégicas e que atingem a soberania nacional.

O ministro das Comunicações afirmou também que, como uma medida de segurança, qualquer tipo de assunto relevante não é enviado por email. As informações mais sigilosas são armazenadas em computadores desconectados da internet. Ele lembrou ainda as medidas que pretendem diminuir a vulnerabilidade do país, como a contratação de um satélite a ser operado pelas Forças Armadas para o tráfego de informações governamentais.

sábado, 6 de julho de 2013

4G ainda representa menos de 1% do acesso às redes móveis brasileiras.

Os dados representam o número de acessos conseguidos no final de maio e mostram avanço pequeno das redes de alta velocidade.

Por Renan Hamann em 5 de Julho de 2013
4G ainda representa menos de 1% do acesso às redes móveis brasileiras 
(Fonte da imagem: ShutterStock)

As redes móveis de alta velocidade nos padrões 4G ainda estão pouco disseminadas no Brasil. Apesar de várias cidades já contarem com a tecnologia, ainda é mínima a representatividade dos aparelhos com suporte para elas aqui no Brasil. A prova maior disso está em um relatório publicado pela Anatel. Nele, a Agência Nacional de Telecomunicações mostra que menos de 1% dos aparelhos brasileiros têm acesso ao 4G.
No mês de maio, foram registrados 74,13 milhões de pontos de acesso ás redes de internet móvel no Brasil — por celulares, tablets ou computadores com modems USB —, dos quais apenas 105 mil foram conectados às redes 4G. Isso representa uma parcela de apenas 0,14% dos acessos, mostrando que ainda é mínima a participação das novas redes no mercado brasileiro.
É claro que a tecnologia ainda é recente e vai levar algum tempo até que seja realmente consolidada no mercado nacional. Vale lembrar que as redes 3G também demoraram para atingirem bons números e devemos levar em consideração também que apenas os smartphones mais recentes possuem suporte às novas redes.
Fonte: Anatel